S O N H E I C O M V O C Ê

Teu perfume ainda aflora em mim

Tal qual o aroma da mais linda flor

Buquê entorpecente de infindável afim

Como o teu corpo exalando amor

Sinto o murmurar de sua voz ofegante

Subindo ao céu sem anjo ou querubim

Como maré em movimento incessante

Lapidando a areia num ir e vir sem fim

O arrepio de sua pele em prazer incontido

O suor vertendo vestígio do fogo ardendo

Despertando os desejos afagando a libido

O tempo sem pressa de um ser vivendo

Firme tocada de um alazão em fúria galopante

Deleito-me em altos e baixos de muitas delícias

No silêncio ouço os pingos da chuva incessante

O cheiro no ar nos envolve em ternura e carícias