Vida Nova
Não sou de ninguém
Ninguém é meu
Sou apenas minha, ninguém
me quis de verdade
Na verdade, nem eu me quis
Me desperdicei, enganando-me
Minha vida foi de enganos
um alfabeto ao contrário
Palavras que juntas jamais
foram poesias
Ainda dói
Faço-me de durona
Tento fazer-me de palhaça
brinco, mas ainda está aqui
Ainda não entendo
Sinto-me só, muito só
Um mundo de gente na frente
e tenho vontade de voar
Sair por ai, ir em outras
paradas, voar alto
onde ninguém me conheça
e eu possa recomeçar do" zero"
Quero fugir dessa mesmice que tornou-se minha
vida
Dessa solidão que fez morada nesse meu corpo
melancólico e doloroso
preciso sair, preciso viver, criar vida nova....