Reféns
Reféns
Essas nossas indiferenças
No nosso jeito, nos nossos olhares.
Deixa-nos reféns de nos.
O costume, a amizade, os compromissos.
E as nossas responsabilidades
Prende-nos a um cônjuge mecânico.
Onde no Maximo que podemos ir
É um elogio e um carinho verbal.
Quanto ao amor, esse esquecido.
Bem longe no passado.
Que se impõem e se retrata nos
Rostos dos nossos filhos, todos os dias.
No álbum de fotografia, no jardim construído.
No vestido que ainda lhe serve.
Quanta tentativa em vão já fizemos
Para resgatar esse amor que nos trousse ate aqui.
Quantas e quantas vezes sentamos a mesa
Abrimos o jogo expondo todas as cartas.
Quantas viagens frustrada, quantas palavras gastas.
O amor que um dia nos uniu,
Fez-nos forte, amigos, amantes, felizes.
Esse mesmo amor hoje nos prende
Nos escraviza, nos obriga, nos torna refém.
Nossas vidas gira em torno do que o nosso
Grande amor nos proporcionou.
E o amor é um sentimento tão grandioso
Que mesmo nos maltratando.
Ainda somos felizes...
Estevo Lima