LUA DE SANGUE

Rompe a lua em sangue tingindo o universo, e enquanto isso vai esvanecendo aos poucos a magia dos versos e da música que pra você eu canto. Não acho que seja demasiado tarde pra mim e nem tão pouco demasiado cedo pra você. Os anos que eu já vivi se comparados aos anos que você já viveu não importam, pois a idade tem apenas a diferença de tempo e espaço, assim temos a mesma idade, a idade da alma.

A mão languida desta lua vermelha, o luar, vai espalhando sangue no escuro e toca o meu coração que sangrento também está, mas de saudades suas. E derrama, escorre lá dentro de mim se misturando ao meu próprio sangue que ferve em angustia e galopa no meu peito feito um inquieto corcel negro perdido no negrume das minhas noites internas.

Sinto e vejo você, mulher, bela, longínqua, alma do cosmo e então uivo como um lobo desgarrado da alcateia, faminto deste sangue que escorre no escuro e purifica a minha alma. Uivo bem alto, muito alto este sentimento, o mais alto que posso uivar estes uivos que ecoam o amor, esperando que assim como esta lua distante, você um dia possa ouvir!

Paulo Del Ribeiro
Enviado por Paulo Del Ribeiro em 14/04/2014
Reeditado em 15/04/2014
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