A menina do outro lado da rua
Ela tinha a mesma idade que eu,estudávamos em escolas diferentes.
Bem que ela podia ter sido da minha sala,e não a irmã dela,na qual eu não gostava nem um pouco.
Era obrigada a vê-la todos os dias na escola,e se não bastasse,ela conhecia o meu avô,e imagina o ciúmes que eu sentia né,aquela garota metida nariz empinado,vivia lá perturbando o meu avô...acho que ela só ia la por causa dos doces,meu vô tinha um barraquinha de doces nesse época e as crianças se amarravam nele,acho que ele dava mais doce que os vendiam,mais pra gente nada.
Mais não estou aqui para falar dela,e sim da irmã dela,uma coisa que eu não sei que aconteceu,mais algo na minha mente bloqueou e eu não me lembro dos nomes delas.e isso me deixa muito triste.
Pois bem,vou chamar -la de a menina do outro lado da rua,ela tinha os cabelos negros,pele branca,a irmã dela era branca e tinha cabelos loiros,eram Gêmeas diziam uns e outros.e eram bem diferentes em tudo,graças a Deus,pois bem,a menina do outro lado da rua era muito calada muito introvertida enquanto a irmã era o oposto,dizem que os opostos se atraem,mais eu não me sentia atraída por ela,e sim pela irmã dela,que não me dava bola,ela era tão tímida quanto eu,mal nos olhávamos...mas quando nos olhávamos dávamos aquele sorriso meio sem graça.acho que se não fossemos tão tímidas seríamos as melhores amigas...mais parecia que ela tinha medo de se envolver,eu sentia mesmo com a pouca idade,que ela era a sombra da irmã,todos gostam da irmã dela,por ser atirada,fala pelos Cotovelos e ela era mais quietinha,e por isso uns achavam ela antipática,já eu me amarrava na maneira misteriosa dela,acho que estava apaixonada por ela.
Eu quando saia da escola eu praticamente vinha com a loira má,vocês podem perguntar,mais se você não gostava dela porque andava com ela,simples,elas sempre ficavam depois da escola la na casa do meu avô e lá tinha meus tios que todos são praticamente da mesma idade,então era uma bagunça só,e as crianças gostavam de se juntar pra brincar.
Tinha uma antipatia enorme pela loira má,mais estava perto dela sempre por causa da irmã dela.
Era algo que eu não sabia explicar,mais só em vê-la me sentia feliz.
Eu achava que eu era tímida,mais ela conseguia ser ainda mais.
E isso me deixava com mais vontade de descobrir ,o porque ela era daquele jeito,não consigo me lembrar de quase nada que a gente já tenha conversado,mesmo das brincadeira em quem brincava todas nós,mais aí aconteceu uma tragédia,Jamais vou me esquecer,alguém veio com uma terrível notícia,a menina da rua do lado nunca mais voltaria,ela tinha partido,e ela levou com ela tudo o que eu nunca disse.
Ela perdeu a sua vida aos 14 anos de idade,nunca senti tamanha dor,chorei mais do que a irmã dela,mais do que os amigos dela da escola,parecia que havia arrancado um pedaço de mim.
Eu não queria acreditar que aquilo fosse verdade,até então eu nunca tinha perdido ninguém dessa forma em minha vida,nem na minha família,eu nunca tinha entrado em um cemitério antes,eu nem sabia que pessoas da nossa idade morriam assim,achava que só velhos morriam.
Então numa tarde qualquer,na hora de sair da escola,ela desceu do ônibus,e não esperou,pelo sinal,atravessou como sempre fazia todos os dias,mais dessa vez não esperou o sinal,atravessou sem olhar,e um outro ônibus que desviara do que ela tinha acabado de descer,pegou ela em cheio,jogando o seu corpo frágil e seu material para longe,tirando sua vida na mesma hora.
Foi a pior notícia que eu pudera receber,perdi uma amiga,perdi uma pessoa que amei,no meu silêncio de criança,perdi sua timidez,seu sorriso doce e inocente.
Uma dor imensa,que me fez ter um pensamento muito ruim,um pensamento egoísta,e pensei porque ela? porque não a irmã dela,que não gosta de ninguém,é metida,ela nem tá sofrendo,porque essa injustiça tão grande comigo porque?
Mais nunca obtive uma resposta a não ser um DEUS QUEM SABE.
Dor que senti,quando a vi em um caixão branco,flores brancas,e ao olha-la daquela maneira assim.
Tão triste fiquei,enquanto as lágrimas caiam de uma maneira que eu não conseguia controlar, soluços fortes que chegaram a perguntar se ela era minha irmã.
Que nos meus pensamentos respondia : Ela Era a Menina Do Outro Lado Da Rua,Ela Era a Menina Que Eu Amava.
Rio,10/04/2014
vania araujo
chris lopes