Amor Barato

A sua língua me deixa um rastro de saliva quente,

que queima como lava a minha pele nada delicada.

Seus dedos tateiam todo meu corpo,

e a esse ponto já me conhecem assim como a palma da mão que os sustentam.

Minhas carnes tremem como num terremoto na terra de ninguém,

e sinto você me destruindo por dentro,

igualmente vou te destruindo também.

Você me arranha (como se pedisse misericórdia por um pecado que ainda não se fez arrepender),

e te sinto rasgando minha pele como papel barato.

Seu riso profano desajuíza meu líbido liberto e escancarado.

Os corações cansam de bater desenfreadamente,

assim como os músculos de tanto pulsar. Dormimos.

Agora cedo,

com o término do brinde tórrido dos nossos corpos à paixão,

logo pela manhã,

você me acusa por coisas que eu nem sei,

me manda e eu vou embora exitando,

quase implorando pra saber quando, como e/ou onde errei.

Vou calado até a porta,

escutando o gélido som do bater do seu coração;

Sei que por ele eu não volto,

mas também sei que seu corpo não resistiria mais de uma vez o meu, desvestido em clara pele que reveste rubro sangue e carnes quentes.

Amor barato se torna o seu,

e o mal investidor, como sempre, sou eu.

Levi de Paula
Enviado por Levi de Paula em 09/04/2014
Reeditado em 20/04/2014
Código do texto: T4762961
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