IRRACIONAL

Quanto quero do mais infinito amor, gozar!

Como mergulhador das abissais profundezas

de tão só, amar!

Quanto quero despedaçar o juízo que racionaliza o invisível

Traduzir o manuscrito indizível das digitais da paixão,

Fluir sem direção!

Quanto quero desabotoar as roupagens do meu medo

Trair o próprio enredo em prol de outras linguagens

Atravessar as margens! Navegar...

Quanto quero deflagrar o átrio remanescente,

Abusar permanentemente da contradição,

Abolir o não!

Quanto quero inteiro desintegrar-me da virtude

Conceito que me alude à um averiguar primeiro

Que não me ilude!

Quanto quero o erro que desvia e subterfugi

A verdade protetiva. Quero que a dor me desnude

Enquanto na alma rugi

A sensação de estar viva!

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 08/04/2014
Reeditado em 25/04/2015
Código do texto: T4761883
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.