TANTO AMOR

Tenho feito de tudo, mas

é como se não tivesse feito nada.

Assemelha-se, quiçá,

a um súbito derreter

de todos os meus esforços,

batalhas esvaem,

tempestades rugem,

o vento açoita-me o rosto,

as árvores jogam folhas secas

sobre mim,

as nuvens esguicham-me água

Energias que se perdem,

sorrisos que se apagam,

abraços que não se dão,

beijos que não se completam,

encontros que não ocorrem,

palavras que ninguém diz,

silêncio que se eterniza,

carinhos incompletos,

desejos não satisfeitos,

lágrimas incontidas,

tristeza que não termina

Não se concretiza o amor

malgrado tanto querer,

perdura o mutismo tenso

embora nossa alma grite,

tão perto estamos, porém

a distância só aumenta,

sentimentos se multiplicam

apesar de linhas paralelas,

pois deveras não se encontram,

nossas mãos se anseiam

no anelo do afagar-se,

e no entanto é tudo em vão.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 07/04/2014
Código do texto: T4759710
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