Amor da minha vida do minuto

Amor da minha vida do minuto

Para que verso?

Se este maldito documento se vai com o tempo perverso?

E nem venha falar de rimas

Não preciso delas para me embriagar nestas linhas

Só venho a ti

E a ti, sinceramente, declaro-me rei das palavras

Apesar de arrogante

Descrevo você como a mais breve experiência excitante

Apanho tua mão

Durmo em teus olhos, detenho-me em teus lábios

Esperando as palavras de amante que jamais se foram

Passado e presente, mesmo que as estrelas morram

Para tristeza do gênio da fórmula, surgiram os mil sóis

Embora, mesmo com a potência de um “Little Boy”

Existe uma rosa em Hiroshima, e se o sangue jovem se tornará tão profundo como o mar...

Não tema, o amor, quando sincero, é mais forte que um abrigo nuclear

E reclame à fria humanidade

Que não é humana ou animal

Nunca parece atestar sua brevidade

Aos poucos morre com uma trágica e ignorada enfermidade

Vejam aqueles, impacientes

Estão apenas doentes

Procuram, não acham, desistem, abandonam

Assinam o contrato, suas vidas, descartam

Artificial é seu empenho para agradar seus ídolos

Descansam em tronos de ouro e prata

Nos espelhos te roubam e te deixam na falsa miséria

Na falta de ser e, somente, ser por viver

Mas, disso tudo, só o choque da sua pele é o calor

Sustenta toda a vida, que mãe natureza a esculpiu

Com a mais alta delicadeza e pureza

Uma obra prima em carne imprimiu

Eu só precisava de poucas palavras finitas

A fim de dizer em tom de sinfonia,

Nesta doce harmonia

As sentenças que só o silêncio traduz

Vá e esqueça tudo e a todos

E se quiser voar, sinta o ar e ouça,

Lá Longe, bem longe, depois do muro irreal,

O meu grito desesperado e apaixonado: Eu a amo!

Diego Modesto