O delírio de Orfeu com Vinho
Ângela fui eu o culpado?
Perdoe meu peito, que derrama sangue,
Perdoe meus olhos, que dessem lágrimas de sal,
Perdoe meu coração, que tem uma adaga espiritual de fel,
Perdoe minha boca, que dela sai à áspide venenosa dos desertos,
O poço ele está ali, e, é lindo, eu posso beber da água e não desmaiar de tanta sede,
O poço está ali, é raso e não poderei morrer de sede,
O poço ele está ali, ele é sensual e não poderei morrer de sede,
O poço ele está ali, é profundo e posso morrer de sede,
O poço ele está me engolindo, e me matando de sede,
Ó Marina tu és tão bela, e teus seios perfuram os céus,
Ó Marina tu és tão bela, tuas coxas foram feitas do barro misturado com o fluido da pedra alquímica,
Ó Marina tu és tão bela, tua boca tem os dentes do novelo puro das anciãs,
Ó Marina tu és tão bela, teus cabelos são os dois rios Ganges e Giom,
Ó Marina tu és tão bela, de teu aroma saio o elixir do frasco do boticário das terras de Misar,
Ó Marina tu és tão bela, de tua alma sai o sentido ofusco da alegria de estar vivo,
Ó Marina tu és tão bela, de tuas mãos sai os carinhos no Paraíso de esmeraldas dos eleitos,
Eu estou vendo na minha mente o talo que não se quebra, mas derrama o sumo amargo no ventre dos santos, o profeta apaixonou-se pela palavra amor, e Deus sorrio para a sua cândida castidade de imã,
Ó Rebeca diga-me o amor foi embora de mim?
Não meu senhor...
Então ó Rebeca, porque, não me olha nos olhos?
Tenho medo... Meu senhor.
Porque sou pobre? Porque sou profano? Porque bebi da vide?
Não meu senhor, porque, sou dos Céus sem nenhum pecado.
Ó Rebeca estou a chorar de desamor,
Tu és um anjo e eu te beijei... Perdoe meu Pai...
Meu senhor eu te beijei e gostei do mel de tua boca,
Há! Que pecador eu sou, bandido e vil, um mortal feito da argila que fez cair um anjo criado as belezas de Havilá.
Meu Senhor me faça conhecer um sentido, para o vazio que sinto dentro das regiões obscuras das paixões, e quando novamente a brancura dos teus seios eu contemplar, ó mulher de meus encantos, eu tenha um soluço de prazer de poder ter em meu regaço, uma suave houri virginal eterna, de olhar que trás a tranquilizante paz dos sete Céus aqui no harém das poesias.