Depois do voo das mariposas
O anjo passou voando para o sul.
E a Magnólia aflorou com o perfume setentrional.
A juventude vai e não se pode mais lhe ver no horizonte.
Como o dente de leão levado pelas fantasias de um inverno,
úmido e morno.
Bem se vê que a brisa que caminha pelas tuas mãos frias,
terminam num sonho calmo de Julho.
E a virgem viaja com a sombrinha aberta nos parques vermelhos das lembranças.
O Sol poderia descansar um pouco no teu colo, e seríamos noivos para sempre, no altar silencioso e fechado, sempre as badaladas dos sinos fariam festas, e toda paisagem primaveril seria uma memória no álbum de amores de duas crianças.
Já sabia que o dia vem junto com as estrelas invisíveis de negridão misteriosa da vida, e o roxo das asas do colibri faz as flores sentirem ciúmes, pobre romântico condenado a solidão que morreu na calada da noite, depois do voo das mariposas.
Vive ele de sonhos que a vela de cera branca, desmanchou-se somente de desgostos consigo mesmo, bem poderia ser para um apaixonado, beijar a maciez de quem melancolicamente contempla o florescer, nos recantos dos jardins cheios de gnomos, e, fadas translúcidas, e os botões de rosas de Maio diriam adeus às Margaridas murchas.
Para depois envolver nas mãos tão branquinhas, o rosário de contas de uma nobre virgem a mirar a solidão de Nosso Senhor no Crucifixo.