AQUELE RETRATO
Viu na lógica tua furtiva decisão
Teu retrato, como a mim negar,
Tua sentença, minha condenação,
Mesmo réu... não vou admoestar.
Referencial... é minha pretensão,
Ao vê-lo, quero de ti aproximar,
Com mestria, este meu coração,
Mesmo sombrio, vai-te perdoar.
Sou afável... mas nunca agastado,
Motivos não há para desconfiar;
Tens bondade... e tenho pensado
No amor, em breve te encontrar.
Vazio... coração meu!... há espaço...
Que fiz propósito contigo ocupar;
És o mar, eu o improfícuo algaço,
Assim mesmo... eu te quero amar!
Riva. 005