Seus Braços
Seus braços, quando os vejo, cobertos pela caxemira branca.
São dois sóis de alvura translúcida, ofuscando o azul da vaga.
Escondidos pela dobradura da manga que os oscula,
Vejo-os nus, vejo-os todo em meu pensamento pueril.
Seus braços, ornados por Deus de grandes atributos,
Invejam os que lhe rendem cultos e atraem bravos apaixonados
Que nas salas ao rodopiar da dança, roçam-se na pele branca,
Para apenas sentir em suspiros, o ardor suave do seu contato.
Seus braços, e que braços!
Quando abraçam de leve a espádua do cavalheiro
Ou quando enlaçam as mangas das casacas,
Não são menos formosos...
Seus braços, a ornarem meus pensamentos mais ditosos,
Onde eu, cavaleiro andante, retorno ao regaço amado,
Ansiando, morto por ter-te minha, abraçada,
Enlaçando meu corpo com seus braços tão sonhados.