A Companheira
Me acordou pra trabalhar.
Na cozinha já está,
Me pediu para ajudar, comprar o pão.
A minha roupa de sair
Não me deixa decidir.
Tudo que é pra eu vestir tá sempre á mão.
E quando me demoro,
Ela chora. É sempre assim.
Se por acaso choro,
Ela quer também chorar por mim.
Faz o impossível para eu ser
Mais feliz, não quer saber
De ganhar ou de perder. Isso é demais!
E eu já posso acreditar,
Se ela um dia me faltar,
Jamais vou me acostumar, não sou capaz.
Rio, 18/12/1976