Fiz de Conta

Fiz de conta que caminhava pela rua

Pra ver se encontrava uma imagem sua

Perdida no meu faz de conta que vi ali

Na minha frente envolta em emoções

Esperanças no dia em que voltar aqui...

Fiz de conta que olhava o brilho da lua

Titubeava o meu carma que seguia o seu

Perdido noutro universo tão distante...

Que bem ao longe instigantes aflições

Vem no choro e inundam a fé da gente!

Fiz de conta que eu era o poeta maior

Pra na ponta da língua a nota dó menor

Perdida em soluços de uma orquestra

Desconhecida ouvir o canto e refrão

De melodias no tempo já esmaecidas!

Fiz de conta que mais nada existia então

Pra ser digno merecedor do seu perdão,

A falange do indicar como se fosse conta

Sobrepôs a do dedo médio e em oração

Minha mão se perdeu no faz de conta!

Fiz de conta que vi e acredito nisso tudo

Pra confortar minha fantasia de prelúdio

Perdida na lascívia momentânea que sai

Do recôndito desejo de amar as emoções

Que do corpo frêmito vem e se esvai...

Fiz de conta que nada escrevi e não pude

Pra assim, enganar este meu mundo rude,

Tão carente de volúpias em noites de luar

Que meus segredos fizeram no frio chão

Rastros dos passos que estão a lhe guiar!

Valdir Merege Rodrigues

Pinhalão - Paraná

Valdir Merege
Enviado por Valdir Merege em 04/04/2014
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