Estrela Cadente

Fitaste o firmamento e rindo

gritaste apenas por gritar

lembrei a demência do mar sobre o rochedo

as duras intempéries dos negros segredos

as juras de amor e caricias

as ondas do mar.

Perdi-me então neste instante

na fúria disforme fatal

na noite infinita da lua dourada

brilhando vazia na longa madrugada

eu e teu grito tocante

rictos de algo mortal.

Toquei o teu corpo suado e marcado

como onda que se esvai

na escuridão da face oculta da lua

eu mordo os teus lábios na boca que é tua

vermelhos e inchados

na loucura que vem e vai

E se vai nas lacunas fortuitas do tempo

eu te quero tanto bem

vejo o teu mundo tão dilacerado

por algozes de dentes arreganhados

dilaceram a mim também.

Mas quando a luz de uma estrela cadente

luminosos rastros a brilhar

cruzarem a imensidão deste céu de aquarela

estará junto a mim a vontade singela

de sempre em teus braços estar.

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 02/04/2014
Reeditado em 02/04/2014
Código do texto: T4754048
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