Bebo da taça de teus versos
Bebo da taça de teus versos
como se fosse de tua boca.
Baco embriagando a Bacante.
Nas entrelinhas do poema
o Mestre Dissoluto tece o
discurso da sedução e na
linha imaginária do desejo
revela o que diz outros sentidos.
Metáforas são costuradas
no enredo que pouco a pouco é
construído nesse palco
onde Bacante e Mestre
encenam fantasias.
Duas vidas cujas identidades
permanecem encerradas
em alguma Caixa de Pandora
ou mesmo entrelaçadas no
labirinto de fantasias e afins.
O silêncio perpassa o tempo
e vai despertando a
palavra rasgada, inflamada,
que preenche de versos
cada sentimento disperso.
Enquanto a Bacante bebe
da taça dos versos escritos
pelo Metre Dissoluto
o mesmo tempo destrava as
possibilidades e em cada
segundo a espera torna-se
insano tormento.