ESPERANÇA MORTA

Hoje morreu uma esperança,

Uma esperança de verdade,

O animalzinho,

Perto da minha mesa de trabalho.

Fiquei olhando o bichinho imóvel,

Verde, calmo

E silencioso como uma pluma ao vento.

Tinha essas mesmas características

Quando estava vivo.

Nunca tinha visto

Uma esperança morta!

Só a minha

Ao te ver sair à porta,

A porta da minha vida!

Mas a minha esperança, quando viva,

Não era um animal

Nem era verde, nem calma,

Era apenas silenciosa...

Quem comparou

Essas duas esperanças,

Essa que é um animal

E a outra que nos faz criança?

A minha esperança não era verde,

Era multicor

Ao te ver sempre pintava em meus olhos

As cores do arco-íris.

Calma também nunca foi.

Era um turbilhão

Que me fazia vibrar

A cada vez que sorria me.

Morreu aquela esperança,

O animalzinho,

E a minha de herança,

A que herdei com a perseverança

Com que te esperava voltar,

Voltar a continuar a me amar!

É mentira quando dizem

Que a esperança

É a última que morre.

A minha morreu,

Pois agora sei, não voltas.

Mas o meu amor te desenha

Em tudo a minha volta

E parece querer

Trazer-te sempre de volta!

Francisca Cerqueira
Enviado por Francisca Cerqueira em 04/05/2007
Reeditado em 11/05/2007
Código do texto: T475135