Lá, Por Um Dia
um dia,
dia sim, dia não,
chamei meu pai de
cedro.
e minha mãe de flor de lis,
sem gosto de flor.
um dia chamei meu amor de dono
meu oeste de decepção,
meu norte de esperança.
chamei pelo nome.
esperança de minha
pátria
esquecida.
enquanto lá no sul
nevava flocos
de pura solidão.
vivi choros de mulheres
vestidas de camaleão.
mulheres sem ocasião
que moravam com ralos
anfitriões.
vivendo na festa
sem céu,
de bruma-névoa.
mas a esperança
dos colossos,
nascia de noitinha
e morria
lá de manhã,
manhã dos homens
idos e pintados
só de adeus-formoso.
Um dia chamei
meu pai de cedro,
minha mãe
de flor.
e, um dia, não
muito cedo,
chorei de mansinho,
pois o cedro se
esmaeceu pro lado
do céu,
e a flor desbotou
nas mãos de zeus.
e nunca mais fui eu,
pois a benfeitoria
da morte
está lá em festa.