Lá, Por Um Dia

um dia,

dia sim, dia não,

chamei meu pai de

cedro.

e minha mãe de flor de lis,

sem gosto de flor.

um dia chamei meu amor de dono

meu oeste de decepção,

meu norte de esperança.

chamei pelo nome.

esperança de minha

pátria

esquecida.

enquanto lá no sul

nevava flocos

de pura solidão.

vivi choros de mulheres

vestidas de camaleão.

mulheres sem ocasião

que moravam com ralos

anfitriões.

vivendo na festa

sem céu,

de bruma-névoa.

mas a esperança

dos colossos,

nascia de noitinha

e morria

lá de manhã,

manhã dos homens

idos e pintados

só de adeus-formoso.

Um dia chamei

meu pai de cedro,

minha mãe

de flor.

e, um dia, não

muito cedo,

chorei de mansinho,

pois o cedro se

esmaeceu pro lado

do céu,

e a flor desbotou

nas mãos de zeus.

e nunca mais fui eu,

pois a benfeitoria

da morte

está lá em festa.

roxy do rio
Enviado por roxy do rio em 29/03/2014
Reeditado em 26/07/2014
Código do texto: T4748675
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.