CIRANDA CIRANDINHA
Meus anticorpos
não resistiram
àquelas estranhas
miragens aurorais,
onde trocamos
chamas de alvas
primícias
por tempestades
de sais.
Ainda me lembro
dos porvindouros destroços,
que cultivavas com flores
hiernais,
de como voei
em teu negro dorso
de esplendes asas
artificiais
e de como andei
nas bordas
de tuas lâminas
fatais.
E também me lembro
das noites
em que te açoitei
com minhas lamas
cervicais,
sepultando, de vez,
aquele estranho amor
que nos demos,
com nossos reflexos
faustos, avessos
e abissais.
Péricles Alves de Oliveira