sem desviares teus olhos dos meus,
como se nos teus eles sempre tivessem morado,
e deixes que os nossos sonhos nacarados
valsem sob a maciez de nossas palavras;
quero ouvir nossas vozes enrodilhadas
sob a cúpula d'um mesmo extasiado céu...
amas-me
com as mãos espalmadas de sedenta paixão
e pétalas de poemas nas pontas dos dedos...
amas-me despido de razões, amarras e medos !
amas-me como se minhas veias te fossem vida !
e minha boca, vazante a dilatar teu desejo...
Ahhh... amas-me...
como se te fosse inadiável mergulhar em meus contornos !
... faminto por meus versos,
por meus beijos... por nosso encaixe !
... deslizes sorrateiramente... devores-me a carne !
e quando estiver absorta em tuas asas
e imersa em teu horizonte;
Cravas-me tuas garras ! fecundas-me...
- derramas-me tua doce morte -
Denise Matos