Deixa o mar

Sei de outros mares por onde você passou,

Sem ondas, sem sol, sem amor.

Mas eu sei também, sempre há uma novidade,

Existe sol, amor e vida, à mercê de nossas vontades.

O que vem e vai, incerto, inseguro.

Medo! De algo que a gente não vê!

Flores que não tocamos, imaginando no futuro,

Que tragam às nossas mãos, sem esforço, sem querer.

As feridas se curam e as cicatrizes sempre vêm.

Tudo passa, as coisas mudam, disso eu sei.

Mas não há felicidade, se não existir um “alguém”.

Pode ser que o vento desista, enfim, sem mais,

De levar ondas até as pedras, até o cais.

E elas, intactas, frias, não cheguem nem a sentir,

Que em cada viagem, levou um sonho, que ninguém tomou pra si.