MA VIE

Ao som dos sinos de Campanille

Muitos tons esfumados, poésie

Ela esconde-se sob o sol, desfile

Dona do teu canto doux, ma vie.

Teus olhos são telas de Ticiano,

Flutuam em águas de Canaletto.

Também és o brilho lontano

Neles fulgem os teus raios em dueto.

Hélio bem na fronte do Colosso,

Adornando-me suave os cabelos.

Desdêmona, sim, a deste Otelo,

Confidenciaste-me teus segredos

Pelas longas ruelas de Castello,

Apagamos resquícios de medo.

Contrariamente, deste-me a vida,

Do mesmo modo dei-te o viver.

Sob tua pele amêndoa, mouro tom,

Traz-me o gondoleiro o parecer.

Do que viu em teus olhos, paixão,

Entrega-me o espelho dos canais

E dá-me notícias tuas nas mãos,

Para que eu não te esqueça, jamais.

Março, 27, 2014

17:34

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 27/03/2014
Reeditado em 28/03/2014
Código do texto: T4746154
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