Dores Intimas
E lá, se vai o primeiro acorde
Como chuva caindo ou noite chegando
Assim vagarosa, feito devaneio etéreo
Inclinando-se, vestindo de poética, palavras,
Toda lágrima urgindo em batom!
Cada gole tem um sabor,
Uma carícia, um afago de fulgor
Ora em torpor, ora em silente ardente,
Pois o estro doa-se em poesia,
Os lábios em canções intimas de dor!
Por entre as dores um de céu de luar
Revelando-se em falsetes, versos
Onipresentes ao sentir de imo, de herança,
De plágios do próprio coração
Guiam-se pelo desejo flutuando em alma nua!
Nua a pele à flor pele, oh, madrugada
Do querer amar, do querer amor
Do voo do Pegasus dentre as estrelas
Vagando pelo quarto das flores,
Só ali, a paixão se despe em lamentos!
24/03/2014
Porto Alegre – RS