Saudade, apenas saudade
Faz tempo, o choro vem do coração
Um vazio perambulante, entristecido
Mudava o comportamento, atormentava a fala...
Atiçava o humor cadente a procura do olhar
E, lá de longe, não percebia, nem sabia
Nem cabia na frente dos olhos úmidos.
Nem imaginava, o sofrimento imposto
Na ausência, fato marcante nesse infinito
Insustentável, desconcertante, inviável.
O choro cada vez mais personalíssimo
Aniquilava a esperança... o dia seguinte.
Nada é puro quando o olhar não existe
Nada é perfeito sem a alma do Criador
Nada é mais saboroso, à saudade sentida
Nada é bonito sem o cuidado do amor...
Nada é mais forte que a distancia insistente
Nada é mais justo do que a certeza do passado
Nada é mais completo, do que a luz, aos olhos vivos.
Inefável, me vejo em sonhos voando
Sem assistência... sem asas... sem vento...
Aprendi a viver com a saudade
Calo pelos belos dias vividos
O de ontem... não esqueço jamais.
A cabeça a procura de auxilio nos sonhos
Se posta serena, a gosto dos pensamentos
E quando o contexto alcança a saudade
Se concentra e se contenta, nas cobiçadas lembranças.