Seja lá o que for
E a cama agora é tão vazia
Só há memórias onde havia
Teu cheiro e teu calor
Mas salienta-se a saudade
Que se extingue
Entre o riso que espera
Que se vingue
O botão que sonha em ser flor
Até breve, segue a nossa ciranda
E como a rede na varanda
Resta calmo meu torpor
Que se houver
Algo aqui pra ser vivido
Será tanto merecido
Ou será somente dor
Seja lá o que isso for...
Resta em mim tanta saudade
Como punição que farta
Mas não satisfaz o algoz
Na boca, até o riso falta
Nos olhos, a lágrima ingrata
E o silêncio sem pudor
Cegam até a rima mais exata
Que de fraca, se exalta
E faz da oração, clamor
Volta, pois minha alma é miúda
E não pode cair muda
Antes de me ver maior
Fica, pois ainda é nossa hora
Ainda é tão simples, embora
Tão repleto de valor
E dessa valsa insensata
Brilha a estrela que me falta
Refletida em teu olhar
E lembra que aqui tudo é eterno
Nessa valsa me despeço
Do que entendo por amor
Seja lá o que isso for...