Seja lá o que for

E a cama agora é tão vazia

Só há memórias onde havia

Teu cheiro e teu calor

Mas salienta-se a saudade

Que se extingue

Entre o riso que espera

Que se vingue

O botão que sonha em ser flor

Até breve, segue a nossa ciranda

E como a rede na varanda

Resta calmo meu torpor

Que se houver

Algo aqui pra ser vivido

Será tanto merecido

Ou será somente dor

Seja lá o que isso for...

Resta em mim tanta saudade

Como punição que farta

Mas não satisfaz o algoz

Na boca, até o riso falta

Nos olhos, a lágrima ingrata

E o silêncio sem pudor

Cegam até a rima mais exata

Que de fraca, se exalta

E faz da oração, clamor

Volta, pois minha alma é miúda

E não pode cair muda

Antes de me ver maior

Fica, pois ainda é nossa hora

Ainda é tão simples, embora

Tão repleto de valor

E dessa valsa insensata

Brilha a estrela que me falta

Refletida em teu olhar

E lembra que aqui tudo é eterno

Nessa valsa me despeço

Do que entendo por amor

Seja lá o que isso for...

Luiz Otávio Esteves
Enviado por Luiz Otávio Esteves em 23/03/2014
Reeditado em 27/03/2014
Código do texto: T4740058
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