Na proa, o amor!
Navegando em teu rio,
de muitas plantas remo às mãos,
um rio de nome saudade,
de sobrenome solidão!
Atraquei-me sem ancorar,
o vento sim, me assoprou,
para dentro do meu mar,
feito brisa me levou!
Te encontrei perfeito ébano,
no deserto que andei,
eu sempre fui o mar,
você os brotos que busquei!
Desaguei nesse deserto,
as raízes sim encharquei,
brotos novos, hoje vejo,
do amor que eu plantei!
Dentro de mim um lindo adorno,
com minha flor sim decorei,
meu deserto floresceu,
minha saudade dissipei!
A saudade vem e vai,
do mar sempre ecoa,
uma saudade umedecida,
trago brotos sobre a proa!