Do Crepúsculo

Pelo final de tarde,

Folhas secas, violões em aço,

E uma voz ecoando por uma rua

Vazia, um tanto muda, um tanto...

Metamorfose naquele chatô!

Para os versos eclodindo do papel

Fotossíntese, acrobacias do tempo

Gerando sentimento, camisola de amar

Ao corpo, ao senso de sentir entre os seios

Em xale de guarida, em ofertório de carinho!

Sobre o peito contas de pérola,

Pingente em cristal, cruz de malta,

Do luar um prisma para o olhar,

Pelos lábios o beijo de beijar pele nua,

Até a lua quando se for pelo pôr, amor!

Oh, belas canções cantando à solidão!

Harpejos, murmúrios desejos

Desabrochando como veios em simbiose,

Testemunhas astrais, ais, clave de dó maior

À partitura de notas compostas de paixão,

Do mar imensidão, do poema silêncio!

Auber Fioravante Júnior

18/03/2014

Porto Alegre - RS