BREVE ENCANTO

Como o bom da vida breve passa

Corro sempre à porta olhar se a vejo

Obrigo-me a voltar triste, sem graça...

Sequer me devota um só lampejo

Num devaneio, lenta minha essência voa

Em noite fria, iluminada e calma

No desvario triste, sigo vida a toa

Na incessante busca sem perder a calma

Há esperança em tudo quanto existe

Do nascer, ao por do sol quando anoitece

Olhai... Se o entardecer tem feição triste

Noutro dia sorri o sol quando amanhece

Quando a canção da noite os ares corta

O aconchego do meu peito breve empluma

Sorridente e terna vem bater-me à porta

Leve como o véu, suave quanto a bruma

josafá bonfim

São Luis - MA, 19 de março de 2014