AMORES FRAGILES
Um dia,
disseram-me que amar
é se ofertar,
inteiro e incondicionalmente,
à transcendência
do que se há de mais
sublime no ser;
digo, entretanto,
– mesmo com
a visão vesga
de um irrecuperável
niilista –
que isso não
deve ser amor:
amar é aceitar versos
e anversos
que nos são indissociáveis
ao cerne;
é viver sonhos e quimeras,
sem fugir, às pressas,
quando se está
à beira de precipícios.
Péricles Alves de Oliveira