DEPOIS DO CREPÚSCULO

Houvera,
durante o longo dia
– como em todos
de sua vida –,
atravessado
todos os sinais
vermelhos;

à tardinha,
estava exausta
com a jornada marginal
entre os marulhos
dos regozijos
e as sombras dos
esconderijos
sapiens;

à noite,
depois de lidar
com todas as tarefas
acumuladas
de seu lar,

ainda encontrava forças
– quase sobrenaturais,
eu diria –
para vir me amar
em sonho
nuvem;

e eu
– perante a presença
da guerreira –,
com meus eructados
e enfermos
verbos

e com minh’alma
mergulhada em luz
mortiça,

nunca consegui
convencê-la

– além das palavras,
dos sonhos e das vesanias,
rodopiados pelos ventos,
intentos e inventos
do desalinho –

de que ela é,
e sempre será,
o grande e único amor
da minha vida.

Péricles Alves de Oliveira
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 17/03/2014
Reeditado em 17/03/2014
Código do texto: T4733148
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