NA PENUMBRA DO CINEMA

Era uma fria noite de agosto,

Lembro-me, conhecemo-nos nesse dia,

A lua prateada quase se escondia,

E o vento castigava nosso rosto.

Animados e felizes fomos ao cinema,

Confesso, não lembro que filme passava

Delicadamente a minha mão você segurava,

E para o filme quase nem olhava.

De repente fitou-me e pediu licença,

para sair fumar um pouquinho,

E perguntei-lhe baixinho,

Se você tivesse que escolher

Escolheria o cigarro ou eu?

E você chateado prontamente respondeu:

Ficaria com o cigarro,

Por ele paguei e ele é meu.

Falei um tanto surpresa,

sem acreditar no que ouvia,

por meu coração não pagou,

e no entanto ele é seu.

Você estava muito aflito e agitado,

que nem escutou o que eu dizia,

Saiu apressadamente sem vacilar,

deixando o filme e eu.

Fiquei aflita pensando,

No que eu fui fazer,

Dessa forma indiscreta,

Coloquei tudo a perder.

Em seguida escuto um som

muito alto e estridente,

Que me deixou assustada,

Era o som do meu celular,

Acordando-me na madrugada.

Maria Sirlei Dangui
Enviado por Maria Sirlei Dangui em 16/03/2014
Reeditado em 25/03/2014
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