NA PENUMBRA DO CINEMA
Era uma fria noite de agosto,
Lembro-me, conhecemo-nos nesse dia,
A lua prateada quase se escondia,
E o vento castigava nosso rosto.
Animados e felizes fomos ao cinema,
Confesso, não lembro que filme passava
Delicadamente a minha mão você segurava,
E para o filme quase nem olhava.
De repente fitou-me e pediu licença,
para sair fumar um pouquinho,
E perguntei-lhe baixinho,
Se você tivesse que escolher
Escolheria o cigarro ou eu?
E você chateado prontamente respondeu:
Ficaria com o cigarro,
Por ele paguei e ele é meu.
Falei um tanto surpresa,
sem acreditar no que ouvia,
por meu coração não pagou,
e no entanto ele é seu.
Você estava muito aflito e agitado,
que nem escutou o que eu dizia,
Saiu apressadamente sem vacilar,
deixando o filme e eu.
Fiquei aflita pensando,
No que eu fui fazer,
Dessa forma indiscreta,
Coloquei tudo a perder.
Em seguida escuto um som
muito alto e estridente,
Que me deixou assustada,
Era o som do meu celular,
Acordando-me na madrugada.