Breve Amor
Num desses dias especiais em que o sol está pronto para lhe dar um maravilhoso dia.
Em que os pássaros estão sorrindo.
Ao andar pela rua viu a pessoa amada ao longe.
Foi ao encontro dela e no caminho cruzou uma pequena flor e foi pegá-la.
Estendeu a mão e num leve devaneio começou a imaginar com tamanha realidade algo que sempre desejara:
Viu-se a colher tal bela flor e a entregar nas mãos da amada.
Com palavras ainda mais belas expressou o que de melhor sentia.
Tomou sua mão.
Deu por mente, corpo e confiança conquistadas.
O futuro perfeito, ambos em pleno domínio sobre o outro possuíam-se tal qual o céu vive atado à terra, indissolúveis.
Foi mais bonito que qualquer poesia.
E no auge da perfeição percebeu que uma dor despertava.
A dor de perder para sempre o que D´us com esforço juntara.
Pensou em toda dor que a separação causaria.
E como seria frágil a posse de uma natureza que tão agilmente transmuta.
Do sol que sempre se vai.
Da hora que sempre passa.
Do presente que não cessa em mudar.
E pensar no corte foi uma dor tão intensa que em si mesmo nada mais seccionara.
Tudo em si integrara.
E a dor trouxe de volta ao presente.
E à luz da consciência, o desejo não mais o enganara.
Olhou a flor que a pouco pensou em pegar.
Acariciou suas pétalas e pensou que jamais causaria mal à um ser que mal nenhum lhe causara.
Foi até a pessoa amada, abraçou e agradeceu por ser parte de uma história que segundos atrás mudara.