Prece ao Amor negro...
Eu não quero te olhar
eu não posso sentir esse inferno queimar
essa paixão que não nos pertence
a lembrança das minhas mãos deslizando
seus cabelos
essa sua jaqueta de couro
sua calça manchada
essas suas mentiras tão imbecis
mas não fui a mesma desde que te vi
a primeira
a segunda vez
quando acendemos a lava desse vulcão
e queimamos
desintegramos nossos sonhos
não nos pertencemos
não nos assimilamos
mas ardemos em desejo
em permutações baratas
nessas ordinárias noites de crime
onde o medo adormece
onde nossos corações sucumbem
e as suas músicas me perseguem
para dizerem que tudo o que vivemos
há de voltar do inferno
para nos perseguir
eternamente!
Quando sua voz me cala
e o que rompe minhas virtudes, em silêncio
finjo não sentir
como sempre fiz
mas anseio, anseio morrendo
quase em fogo intenso
um beijo, uma palavra, sua foto preto e branca
e então
nós ardemos em desejo
em respostas rápidas
nessas madrugadas embriagadas
onde o Amor não existe
onde nossos corações cicatrizam
e nossos passados nos assombram
para gritar ao mundo que tudo o que vivemos
há de voltar do inferno
para nos perseguir
eternamente!
Hail!