Inala-me e me tira a dor
Vem ao mundo sem me avisar
tira-me a carne sem anestesiar
Devolva-me o que eu já perdi;
se em teu caminho eu puder dançar
se em tua fonte eu puder tomar
se em teu corpo eu puder ser feliz.
Vem meu anjo réu,
meu céu de estiletes
meu crime sem perdão.
Consuma-me a mente
Afasta o meu lado sombrio
Vem com teus punhais,
Ferir-me o pulso e me jogar na rede
Balança-me até cair;
e se nem assim eu me ferir
Empurra-me em teu leito quente
Mantenha-me presa à serpente
nas brasas da tua falta de pudor.
Inala-me e me tira a dor.