Quente ou frio

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Não acredito em nenhum amor demasiado morno.

Amor que diz ‘Meu bem!’ que se trata por ‘Vida!’

Amor mesmo é aquele que exagera no contorno,

que se rasga de verdade, deixando aberta a ferida.

Quão insulso é o amor que prescinde de arranhões...

Amor mesmo necessita de contato, de brigas, palavrões.

Amor é aquele que xinga, pois a raiva expõe verdades!

Que amor é esse cheio de requintes e amenidades?

Se você é daqueles que diz ‘Vida!’ ou ‘Meu bem!’

Que graça há quando, chateado, tratar o amor com palavrão?

Acha grotesco, sem romantismo, ou falta de educação?

Então tente manter-se sincero diante das raivas, tudo bem?

Briga morna, amor morno, cama morna ou vazia...

Quanto maior o descontrole, mais picante depois, sabia?

Apimente a relação, aprenda a discutir qualquer tolice.

Sem isso, que tristeza, sua relação findará na mesmice.

Então você foi ofendida... Ele disse o que, posso saber?

Aposto que foram palavras prontas, cheias de não sei quê!

E que você fez por onde ouvir cada um das agressões...

Esperando fazer as pazes e enchê-lo de profundos arranhões.

Banhinho morno... Que não levanta a pele nem relaxa, relaxa?

É tudo o que você evita depois que a cerrada poeira baixa.

Ah, mas se os amores fossem todos mornos, feito banho-maria,

Amar seria remédio de doente, em dias de prece e de romaria.

Iguatu-CE, 11 de março de 2014.

14h51min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 11/03/2014
Código do texto: T4724424
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