Astrofísica humana


O amor é causa e é túmulo.
Algumas pessoas amam.
Somente algumas, não todas.
Mas secam pela mesma razão
que existe a primavera.

Amor não é obrigação,
Não é negociação.
É desejo e esperança.

Ama-se o amor como arte
Como inscrição poética
ou mensagem subrreptícia
de sentimentos,
pensamentos ou
simplesmente da existência.

Amor é causa e também fim.
Se o amor é tão infinito
Por que definham em corpos?

Por que desaparecem?
Como a areia fina do deserto
A escorrer pelos pés...
A sugar o peso e
Afundar até desaparecer....

Amor não é retribuição.
É acontecimento.
É reação química.
É catalisação e osmose.

Precisamos do amor urgentemente.
Por vezes não do ser amado.
Precisamos da sensação
de estarmos vivos e interagindo além
de nosso esmirrado espírito e
putrefátil corpo.

Construímos o amor
Como uma ponte para eternidade.
Para deixar frutos,
poemas,
estórias,
vestígios de vidas e
pegadas
pelo caminho improvável
mas percorrido.

Quando amamos ...
Algo de nossa alma
Etérea e fundamental
Contamina todo o ambiente

Paira no olhar,
mais precisamente
no brilho.

Nasce enfim um astro
A iluminar as cercanias
alterando o
horizonte do visível
e a dinâmica do possível.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 10/03/2014
Reeditado em 12/03/2018
Código do texto: T4723240
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