O Banho
é silenciosa a água quando escorre pelo teu corpo
morna a tua pele
maravilhosa a visão de te olhar
o corpo
colocas o gel na esponja
passas a espuma
fechas os olhos
porque fechas os olhos?
já sei!
para sentires as mãos na passagem pelo teu ser
a revelar a sedução da tua sombra
estás na penumbra do Sol
a porta está aberta
vejo-te a amaciares o cabelo molhado
escorrido escuro longo
a percepção de um piano a tocar no disco da aparelhagem
misturado com um violino vibrante
nas cordas dos teus braços
confundidos nas pernas
num mundo só teu…
juro que só vim a tua casa
para te devolver a tijela emprestada
parei somente para te amar de longe
tocando a minha alma na tua
sorrindo perante o impressionismo do vapor a exalar o espaço
vou-me embora
andando na nuvem do chão alcatifado
sinto-te em mim
quando nos falamos por telefone
e fecho os olhos
para te ouvir no banho…
Isabel Máximo Correia
13 de Abril de 2013