Risco folhas em branco
Num papel de pão rascunhando
Num azul-dourado
O desenho do jeito de mim...
Moldo-o o melhor que preciso
Assim, a poesia nasce em ti
E deságua em mim...
Te pinto em folhas
De primavera-enseada-vida
Por uma simples razão
Amo-te com a emoção
Que transborda em minhas mãos...
A boca das mãos degusta-te
Com desejo-sentir,
Num mesmo tom
E, na mesma sintonia
Me faço melodiosa sinfonia
Na clave de amor
Nas pedras da dor
Num surreal delírio
Te pinto com
D'ouro que o sol
Dos meus versos
Te cobrem...
E numa partitura
Repleta
De solstício de inverno
Me aquece com teus versos
Me fazendo calorosa canção
Onde impera
A voz de dois enlaçados
Pela desmedida paixão...
Do sol de meio dia
Num fuso onde
O crepuscular prelúdio
Predomina em nós.
Imagem google
Pintura de Chelin Sanjuan.