Colhendo o Sentir
Enquanto a chuva rega o jardim,
As vidraças das janelas decoram-se
Como lágrimas n’um pranto
Delicado, cheio de ternura, assim,
De inebriar a alma, a semente do sentir!
A noite já vem alta trazendo o outono
Em suas constantes canções naturais,
Melodias viajantes do tempo, do sabor
De morango desabrochando dos lábios
Em falsetes, pois o beijo é a fruta em lagunas!
Do violoncelo, ontem enluarado,
Toda forma de amar em jeitos, em trejeitos
Transcendestes do âmago, lá, d’onde a fonte
De todo desejo se faz, abençoa-se, enseja-se
Na candura do entrelace, na doçura do poema!
No canto à flor da pele
O enlace inunda-se de sussurros
Incomuns ao coração, o amor acontecendo
Em notas, em cores, em brilhos celestes,
Um caminho com vistas à nostalgia
De se apaixonar!
08/03/2014
Porto Alegre - RS