ANJO FERIDO
Outra vez voltou
na calada da noite
outra vez deixou
em meus lábios um beijo doce.
Vinha numa estrela
caindo no meu quintal
deixou uma carta de amor
pregada no varal.
Dizia ser um anjo
olvidado pelos céus
as asas molhadas da chuva
que nem quando molha o papel.
Veio adjurando amor
numa febre que queimava o cobertor
e ferido suplicou carinho
para eu ser teu anjo protetor.
Outra vez voltou
na calada da noite
para as nuvens no céu
onde me viu dormir e então deitou-se.