Marco Zero
Neste dia chegastes cheio de sóis,
Trazendo boas novas do infinito!
Em tão pouco tempo esquecestes quem sois
E se derramou sobre o luar bonito!
Eclipsou num ritual de sorrisos contentes
Diante de meus olhos pagãos e indiferentes,
Tocou meu recôndito com beliscões insolentes,
Arrancando o lodo de memórias indecentes!
Enroscou em teus olhos noite e dia,
Confundiu a razão imbecilizada que me doaram
E transformou o medo em vontade fugidia,
Ao dar-me tuas mãos para levar-me por onde nunca andaram!
Teu nome calado pronunciou rios que deságuam nascer,
Nos quais mergulhei para banhar a vida de segredos
Que fugiam da essência do ser que me esqueci de ser,
Ah…E sobre as esferas recebi sorrisos de teus dedos!
(Do livro Peripécias do Ser: Júbilos e Lamentos)