INSTRUÇÕES PRÉ E PÓS-FUNERAL

Quando eu morrer,

Não quero ser cremado,

Mas, quero ser colocado,

Assim... Na urna fria!

Não sou apressado sujeito,

Por isso eu exijo respeito,

Eu quero ser enterrado,

Assim... No “finzim” do dia.

Pois, assim sendo, à tardinha,

Logo vem a noite amiga,

E, todos irão dormir;

Sejam amigos, ou inimigos,

Aqueles que sonharem comigo,

Verão que estarei a sorrir.

E, assim, logo o dia amanhece,

Não que o ontem se esquece,

Mas, a verdade é nua a crua;

(Sábia verdade que me afeta...)

Não é porque parte um poeta,

Que a poesia não continua.

E assim, no dia seguinte,

Eu tomarei como acinte,

Ver gente com cara triste;

Por isso deixo em meus versos,

Um breve recado imerso,

Se, acaso, você insiste;

Ninguém gosta de acinte,

E, nem um defunto resiste,

Apesar de muita fé;

Por isso no dia seguinte,

Não dê uma de “Mané”,

...Que eu puxarei o teu pé!

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 04/03/2014
Código do texto: T4715256
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