Eu sou uma hipérbole
Trespasso a invenção,
Fervilho nas palavras nascidas em ti
E de mansinho te toco,
Num fugaz momento
De loucura!
Faço-me surda
Ao bater das asas da fantasia,
E inspiro o real
Em soluços tremendos espelhando névoas...
Deslizo a alma,
Afundo o íntimo
E estremeço no abraço acariciando o sonho!
Esfumo-me em aromas
E sabores derramados na tua pele.
Toco-te as sílabas da negação
E rasgo os parágrafos escritos no meu corpo...
Ávida de sonho,
Ávida de vida,
Escrevo na essência do que não sei,
Corto as hipérboles
Baloiço nos eufemismos!
Mas...
Eu sou uma hipérbole!
Deslizo a alma
Afundo o íntimo...