Sinfonia da Quietude
Algumas notas
E as quatro estações
Soam pelas cordas de um violino,
Vivo, vislumbrando saudade,
Etéreos movimentos, opus âmago!
Do mar em lamentos
O horizonte em crepúsculo, simbiose!
No balcão da sacada florida
A voz em devaneios sentindo da brisa
Todo o fresco da lágrima, vinda da quietude
Presente na noite, no cheiro do alecrim,
Nos mistérios dos casulos, opus silêncio!
Da taça de vinho
O olhar em palavras, essência!
Já no quarto d’onde os astros
Fazem morada, o todo verso do amor
Anuncia-se, põem-se a navegar
Por veios, claves exóticas, alumiadas
Ao pranto do luar, opus acolhedor!
Em cada nota sobre a pauta na partitura,
Um ais tremulo, ofegante, lírios do lirismo
Abrindo-se em sintonia intima, sem preceitos,
Por versículos o romantismo da sinfonia
Voando em véus, passeios pelo céu!
27/02/2014
Porto Alegre - RS