Palavras, um Poema rupestre
No meu coração não sei dizer, vive outro “eu” preso, e, mesmo assim, desesperado por desvencilhar do que sou, e, do que não quero aceitar, pobre órgão de carne e sangue! Que fantasiou o meu acanhado sonho! Ele é carne, e mistifica-se do que anseio por eu ter um espírito que se engana.
Eu te vejo nesse pensar, e quero mais, é bom perder o tempo sorrindo, e, como é saboroso sentir nos lábios o gosto macio da alegria que nutri um pouco o estomaga acostumado com o regime de não saber amar.
Hoje, ou foi ontem? Eu vi numa revista... Não sei num jornal? Tua foto ambientada na minha imaginação de fanático não letrado, as palavras são mais charmosas se são lidas de trás para frente, ou de cabeça para baixo, eu confesso pareço um bêbado, e sou mesmo! Um embriagado parente de Ana, mas, não um Santo, no embaralho das palavras, queira eu receber um Samuel na vida, não santo, não Profeta, mas um ser que entenda o meu confuso amor de moço, de criatura que foi gerada um pecador.
Nessas palavras tento apenas ser lido? Você que dedicou um efêmero tempo na composição do sentimento escrito, tente ao menos pensar que as palavras se perdem como uma fina brisa... Brisa, caricia, delicia maldita, bendita, infinita, Clarissa, me ouça ó Maria, dessa dos sete Céus e te recitarei por toda minha vida os amores de quem semelhante a ti foi pouco feliz nessa vida, minha senhora queira dar-me a rosa mística de cor púrpura, do manto das musas que sobem ao Olímpo, derramam a oliva, e, dormem a plácida morte nas fontes do frescor das águas cristalizadas, do submundo dos obscuros seres em vida, que não consideram nada em deuses, a apenas desabafar da mente os suspiros de pura ventania onírica.
Meu amor, eu sou sozinho, mas eu te entendo, também não é preceito a todos terem um irmão grudado no corpo existente, mas, a lei da sobrevivência manda separar. Os seres por pouco saber em si o sentimento que lho pode transformar, entregam-se ao conformismo de poemas a escreverem, e nos lábios no tanto dizer, se põem esses a secar, e, desmaiam aqueles no palco como mortos, por pouco serem aplaudidos pela platéia sem ouvidos. Confesso quem ama tem medo de confessar, e, a declaração não dita, faz o desamor pelo ente admirado desflorar.
Queira minha cabeça adentrar a porta, onde sai os destroços, cada meditar na minha alma de tudo que falei hoje, faz o belo aparecer, no futuro desses instantes da ilusão de querer modificar a matéria, indiferente e sem emoção. Eu te digo Renata quando tudo neste mundo tiver um apurado significado, as flores nunca a essência vai os anjos colher para inspirar boticários.
Celine venha quando eu estiver sem nenhuma direção, e, desesperado, sem a fonte das lembranças boas, que emanam da vida, e que me sosseguem, e me levem a respirar fundo, e, entregar-me ao calor brando dum abraço. Perdoe-me minha esposa será infeliz se tiver um lírio nos lábios. Ó bonequinha feita de tanto delicado
Tu pode para mim ser chamada de cobiçada.
Mulher bem desenhada pelo tinteiro primado.
Queira não ser mais vista pelos olhares tão impuros, eu sou homem, e, gosto de tua face, gostaria de amar a minha.
Ó virgenzinha vestida de madressilva.
Tu foste feita quando Adão dormia de tristeza no Edén sem companhia.
Minha virgenzinha perdoe-me, sou um corcunda e sou feio, mas neste teu contemplar eu me sinto bem amado, por saber que minha virgenzinha existe nas quimeras do poeta que desconhece os beijos de Minerva ansiados.
Ó bonequinha feita dos cantares divinos, tu és a esposa que sempre sonho.
Da flor nasceu a mulher, e, da semente, gerou a magnífica, "Virgem Maria" ó está as pétalas no cheiro de tuas mãos, elas são a doçura, que escorre das minhas fantasias, queira ó moça, permanecer como uma criança, que nos olhos trazem a honra das filhas de asas de cegonha, acariciada pela pluma do colibri-pinta-celeste do valsar das palavras rupestres.