Enquanto o Céu Rega o Jardim

Caia, oh, noite minha,

Hoje sem estrelas, sem luar,

Uma fronteira pelo caminho dos versos

Até os avessos de ti inspirados,

Anotados, difusos pela alma!

Divaga, oh, nave dos meus desejos,

Mostre-te em suas rendas de esvoaçar

Dançando pelo salão das lamparinas de cristal,

Como tal, te ensejam, te alumiam

Em preâmbulos de graça... Erudita seja a magia!

Da casca, és poética em perfumes, raros,

Da essência a própria atitude de escrever

O que dizes pelo silêncio, retrato emoldurado

Pela janela do luar, doce seja o pecado

Vislumbrando-se em lágrimas, cortesãs da dor!

Grite, oh, amor, grite em todas as silabas,

Não entre os sussurros, mas pelo sussurrar

Da madrugada gemendo em corpo

À flor da pele, pois toda voz ama nos tons

Da paixão, vinda de dentro, do Reno de amar!

24/02/2014

Porto Alegre - RS