0 FIM DE UM POETA - Sextilhas

HÁ SOMBRAS QUE ME ENCOBREM

NESTE VIVER DISTANTE ,

NUM NOTURNO DE VIDA ,

NUM LABUTAR CONSTANTE ,

NUM RECANTO LONGÍNQUO ,

SEM SOL, SEM VIDA E AMOR .

LUZES ME ACENAM LONGE ,

SÃO JURAS QUE SEDUZEM ,

CLARIDADES IMENSAS ,

SÃO MOMENTÂNEAS LUZES

DESLIZANDO PELA MENTE ,

COMO CISNES DE NÉVOAS ,

COMO GARÇAS DE NÚVENS ,

OS TRAPOS DE ESPERANÇAS .

EU SÓ QUERO UMA LUZ ,

DÃO ME SOMENTE SOMBRAS .

EU QUERO SÓ UMA VIDA ,

MAS ME MOSTRAM A MORTE ...

TECE-ME EM TORNO O TEMPO ...

AS TEIAS IMPLACÁVEIS

CERCAM TRAPOS VIVIDOS ,

ROMPEM CORDAS DA LIRA ,

JÁ NÃO SE CANTA MAIS

VERSEJAR TAMBÉM NÃO ,

AS FORÇAS SE ESCOAM ...

HÁ UM POETA MORRENDO ...

-O-

Autor : Arnoldo Wiecheteck

ARNOLDO WIECHETECK
Enviado por ARNOLDO WIECHETECK em 24/02/2014
Reeditado em 24/02/2014
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