O poeta e sua velhice
Em mãos tremulas a caneta escorrega
Num olhar cansado, a beleza descansa
Com palavras soltas o coração entrega
O que o beijo incandescente não alcança
Será a velhice me abraçando?
Será mais uma vez a primavera chegando?
No cansaço do corpo envelhecido
Rimas vão se formando
Como o orvalho em dia amanhecido
E sem saber o tempo foi me sangrando
Como a chuva sobre o barranco que se desmancha
Escorrendo pelo céu a escurecer
Nas estrelas que no piscar dos olhos mancha
O tempo que insistentemente não para de correr
Assim me banho nas correntezas da velhice
Percebo que já não tenho o mesmo calor
E ao mesmo tempo aumenta minha esquisitice
Com tamanho fervor
Não me lembro do beijo que não dei
Do abraço que sonhei
Dos amores que não amei
Lembro-me apenas do que sou
Da intensidade de quem me amou
E assim em linhas vazias
O seu retrato ficou
Que mesmo em preto e branco
Inspira-me a fazer poesias!
Num olhar cansado, a beleza descansa
Com palavras soltas o coração entrega
O que o beijo incandescente não alcança
Será a velhice me abraçando?
Será mais uma vez a primavera chegando?
No cansaço do corpo envelhecido
Rimas vão se formando
Como o orvalho em dia amanhecido
E sem saber o tempo foi me sangrando
Como a chuva sobre o barranco que se desmancha
Escorrendo pelo céu a escurecer
Nas estrelas que no piscar dos olhos mancha
O tempo que insistentemente não para de correr
Assim me banho nas correntezas da velhice
Percebo que já não tenho o mesmo calor
E ao mesmo tempo aumenta minha esquisitice
Com tamanho fervor
Não me lembro do beijo que não dei
Do abraço que sonhei
Dos amores que não amei
Lembro-me apenas do que sou
Da intensidade de quem me amou
E assim em linhas vazias
O seu retrato ficou
Que mesmo em preto e branco
Inspira-me a fazer poesias!