TODOS OS DIAS



Morro todos os dias, pelo menos uma vez,
Sempre que as lembranças recriam imagens,
Sempre que o olfato me ilude e sinto teu cheiro,
Sempre que fantasio imaginando tocar tua pele.

Já não sei se sofro ou me inebrio em regozijo,
Com o tudo que a saudade me devolve,
Que me traz sempre que o arrebol se faz;
Sei somente que as lembranças me revigoram.

Morro sim, até mais de uma vez ao dia,
Morrendo assim, de amor acumulado,
Ressuscito mais apaixonado nas madrugadas,
Esperando mais um dia se fazer de lembranças.

E assim vou morrendo e vivendo,
Envolto em saudosas emoções cotidianas,
Enquanto toda esperança alinhava sonhos,
Que aninham esse doce desvario que é viver.